Wednesday, November 01, 2006

Caetano: aquele que está a vir

Arnaldo Bloch
O Globo - 30 de Outubro

Entrar em cena depois da ópera de ruídos dos tribais-experimentalistas-brooklinianos Black Dice, em plena madrugada de segunda-feira, num palco de festival chamado Lab: as condições ideias para que o Caetano Veloso Quartet (ele, a guitarra trintona de Pedro Sá e os vintões Ricardo Dias Gomes e Marcello Callado em baixo & batera) fizesse o laboratório do show de lançamento do novo disco do baiano, "Cê". Dum folego só, Caetano e seus contemporary boys desfilaram o trem de 12 rocks libertário-existenciais, com o auxílio fiel de corais da platéia de novíssima geração (em parte amigos e agregados da turma do palco, mas também público novo e espontâneo e uns poucos velhuscos) repetindo os novos e endiabrados refrãos como se hits já fossem - e o são, na incubadeirados antenados. Mas foi no bis (três, até Caetano pedir penico) que veio uma palinha de como vai ser o show aundo estiver pronto: "Nine out of ten"e "You don't know me" (do álbum "Transa", 1972), "Como dois e dois" (1971, para Rei Roberto). O que mais vem por aí? Sessentão, é com os anos 70 que Caetano está a pulsar nas veias. O que está ainda a vir (trocadilho com a orgástica faixa 10)? Outras baladas-rock em hippie astral? Tigresas? Odaras? Qualquer coisa? Coisa boa de esperar.

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Reproduzi essa crítica porque parece até que o Arnaldo (saca a intimidade!!! rs) e eu batemos um papo e ele escreveu sobre o que falamos. Porque pra mim esse show do Tim Festival foi exatamente isso. A ponto de eu ter mantido a pulseirinha de acesso no braço a segunda-feira toda para ficar me lembrando.

Enquanto não vem o show pronto, indico a todos que se deliciem com o "Cê"D (ai que tocadaaaaaaalho.... Dani não me mata!!!) e que leiam a entrevista do Caetano na Vogue RG deste mês. Tudo muito fino, muito bom!

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