Wednesday, March 21, 2007

novo link

Nosso novo link aí ao lado (Front do Rio) não entrou a tôa! Nunca tinha lido esse blog antes, mas, pelo bem estar do meu lar, comecei a consultá-lo sempre que me lembrava. Até que ele me ganhou de vez, quando publicou essa entrevista sobre a Japonesinha que voa, meu grafite preferido pelo Rio de Janeiro! Ela é a coisa mais fofa e vive mudando a cor do cabelo, que nem eu! Queria muuuito uma ruiva na parede do meu quarto!!




Enfim, a japonesinha
(Mauro Ventura)


Há poucos dias, propus um jogo de adivinhação: descobrir quem eram as japonesinhas que estavam invadindo a cidade. Ninguém acertou.

Ela se chama Nina - abreviação de Menina - e é obra de um grafiteiro, Tomaz Viana, o Toz. Nina (veja a foto abaixo) está onipresente. Ilustrou a camiseta do Suvaco de Cristo, enfeita tapumes como o do Chico's Bar, na Lagoa, colore muros do Jardim Botânico, é personagem de telas de pintura, estampa bermudas e biquínis da Blue Man, embeleza uma cadeira da atriz Vera Holtz, ornamenta um painel na casa de Lulu Santos, aparece em cadernos e fichários da Papel Craft, ameniza a feiúra de caixas de luz, viadutos e fradinhos da cidade.

Nina é inspirada na sobrinha de Toz.

- Faço parte de uma família de muitas mulheres. Só de tia são seis - diz. - Nina representa o universo feminino na minha vida. Mas minha sobrinha não tem traços orientais. Nina virou japonesa porque eu desenho com spray, e fica mais fácil grafitar assim. Simplifica o trabalho.
Nina veste várias fantasias, como sereia, pirata ou diabinha. De vez em quando, está acompanhada do Bebê Idoso, que sonha em ficar com ela, mas não consegue. Também tem Shimu, um fantasminha que funciona como bicho de estimação dela.

Toz faz parte do grupo Flesh Beck Crew, que reúne quatro grafiteiros. A marca deles já está sendo vendida até na Daslu, mas o QG fica na Lagoa (tel. 2266-2299). Toz fala que eles acabam virando celebridades do underground.

- As pessoas não sabem direito quem você é, mas conhecem os personagens que você cria. Gosto de ver meus grafites inseridos na cidade, como parte do mobiliário urbano. O que me move também é não saber direito se vou conseguir fazer ou não. Dá uma certa adrenalina porque você está se arriscando o tempo inteiro. Mesmo nos dias de hoje você pode ser preso.

Ele dá um exemplo das reações opostas que o grafite provoca:

- Fiz um grafite na porta da casa de uma dona na Rua J.J. Seabra, no Jardim Botânico, e levei um esporro. Mas a vizinha viu e reclamou com um amigo meu: "Ele pintou todas as portas do bairro menos a minha!". Ela não sabia que ele me conhecia. Na manhã seguinte, fui lá e pintei. Ela ficou feliz.

Em breve, ele vai para Ipanema, refazer alguns grafites.

- Tem muita gente pintando nas ruas. Se deixar largado, pintam por cima. Sem contar as mães-de-santo, que colam pôsteres e cartazes por cima.

O Jardim Botânico foi o começo de tudo por uma razão simples:

- Moro lá. Sou um grafiteiro sedentário.

A julgar pela maneira como Nina se espalhou pelo Rio, não mais.

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